Quem conhece a escalfeta?

10 12 2009

Escalfeta é um aquecedor de leito… Esse sim é esquecido! Objeto geralmente feito de cobre, tem formato parecido com uma panela, mas com um cabo longo. É tão esquecido, que foi complicado encontrar o nome certo. Conheci primeiro o nome em italiano: scaldaletto (atualmente o termo também é utilizado para denominar  lençol térmico). Em inglês o objeto é conhecido como bed warmer (aquecedor de cama). Em português foi mais difícil de achar… Descobri que em Portugal, na época do rei D. João V, era chamado escalfeta.

Pois a escalfeta funcionava da seguinte forma: colocavam um pouco de brasa dentro, e deixavam entre os lençóis logo antes de deitar, para esquentar. Foi utilizada principalmente na Europa, nos países onde faz mais frio. No Brasil não deve ter sido muito popular, não seria necessária na Bahia ou no Rio de Janeiro. Mas no Rio Grande do Sul deve ter sido bem útil!

No filme Piratas do Caribe encontrei uma cena onde a escalfeta é utilizada.





Lembra do walkman?

9 12 2009

A caneta para rebobinar a fita cassete era também usada para não gastar a pilha do walkman, para quem vivia usando o aparelho. O walkman, para quem não conheceu ou esqueceu, é um tocador de música portátil, como o MP3, os telefones celulares, claro que cada um com suas características próprias.

O walkman  surgiu em 1979 e foi uma revolução, pois permitia ouvir música “em qualquer lugar e a qualquer hora”, como anunciava o slogan da Sony.

Três décadas após o lançamento do primeiro modelo do walkman, o TPS-L2 azul e prata, a empresa japonesa calcula que tenha vendido quase 385 milhões de unidades do aparelho, que foi imitado em todo o mundo e passou de marca a nome genérico do produto.

Em 2004 o alemão Andreas Pavel, após vencer uma batalha judicial contra a Sony, foi considerado o verdadeiro inventor do walkman.

Andreas Pavel, criador do walkman





Alguém tem uma caneta aí

6 12 2009

Está era uma perguntinha bem comum durante a época, da  já completamente esquecida fita cassete.  Não que a caneta tivesse algo relacionado com a função da fita, ou com sua reprodução, mas era porque através da caneta era possível se rebobinar a fita com mais agilidade para o ponto que se desejasse, liberando assim o aparelho para se escutar outra.  Estou falando dos anos 1980 e 1990, mais precisamente quando eu  usava a essa mídia. Mas na verdade sua aparição ocorreu bem antes, tendo sido lançada pela Philips, em 1963.

                                                                 

Momento gravação

Para se gravar algo na fita cassete era um processo simples, porém era necessário um pouco de perícia.  A “mão” acontecia apenas com fitas que eram originais, isto é, que já estavam gravadas de fábrica, com alguma música, porque as destinadas para gravação já vinham devidamente prontas para seu destino. Enfim, o que acontecia no primeiro caso é que seria necessário fazer duas buchinhas de papel, para colocar uma de cada lado na parte inferior da fita, onde havia dois quadradinhos fazios, só com o preenchimento deste espaço ocorreria a gravação. 

Embora esteja totalmente fora do mercado, tendo sido literalmente enterrada pelo compact disc (CD), a fita cassete dava conta muito bem de sua função. Entretanto não rara às vezes ocorriam alguns problemas com essa mídia, como por exemplo a chamada desmagnetização, que tinha como resultado a distorção do material de áudio gravado, mas isso já é uma outra história.





Gramofone

14 11 2009

A origem do Gramofone

O Gramofone é um tipo de toca-discos criado pelo alemão  Emile Berliner e patenteado em 1887. Este reprodutor de sons não foi o primeiro criado, antes dele já haviam sido desenvolvidos quatro projetos com o mesmo objetivo, entre eles o fonógrafo , inventado por Thomas Edison. O gramofone superou seus concorrentes, pois foi o primeiro a utilizar um disco para gravar os sons que seriam reproduzidos.

Gramofone

 

Como funciona um gramofone

 

O gramofone de Emile Berliner foi o primeiro aparelho reprodutor de sons que utilizou discos, o fonógrafo de Thomas Edison “lia” sons gravados em relevo em um cilindro. Os primeiros discos utilizados para registrar sons eram feitos de uma matriz de zinco. Para a gravação o disco  matriz era coberto com uma mistura de cera de abelha e benzeno. Sons eram registrados com o movimento de uma agulha no disco. Depois o disco era banhado em ácido crômico, que corroia a área desprotegida, onde a cera fora raspada pela agulha. Nesta parte corroída eram criandos sulcos, deixando o disco com as marcas em espiral, onde eram gravados os sons.Esta tecnologia permitia gravação nos discos de um lado apenas. Foi a partir do uso da matriz que deixou de ser necessário cantar uma música toda vez que se desejasse gravá-la. 

Para rodar um disco o gramofone deveria ser acionado manualmente, por uma manivela.

 

Origem do nome

O termo gramophone é derivado do nome da fábrica que produzia o aparelho, a Gramophone Company, fundada em 1897 por Emile Berliner. Líder no mercado, a Gramophone Company foi a principal responsável pela comercialização de discos em diversos países, tendo representação por toda Europa, China, Índia, Japão e na Austrália já no começo da década de 1900. Anos depois, em 1931, a companhia foi associada à Columbia  Phonograph, tornando-se a conhecida EMI (Elec­tric & Music Industries), uma das maiores empresas fonográficas até hoje.

Curiosidades

O apelido em inglês do gramofone, grammy, é a origem do nome do prêmio musical Grammy Awards, um dos mais importantes da indústria fonográfica. O próprio troféu é uma pequena réplica do toca-discos.

A palavra vitrola, comumente utilizada para designar toca-discos, também é derivada do nome da marca.





Fonógrafo

14 11 2009

O fonógrafo foi criado por Thomas Edison quando pesquisava uma forma de reproduzir automaticamente mensagens telegrafadas através do telefone. Acabou desenvolvendo um aparelho movido à manivela, capaz de gravar sons em um cilindro, e depois reproduzi-los. O nome em inglês, phonograp, foi criado com base nas palavras do grego para phoné (som) e graphé (escrever), é a máquina de escrever sons.

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O funcionamento do fonógrafo é bem simples, e é capaz de reproduzir sons com qualidade, porém para comercialização não foi um equipamento promissor, alguns fatores fizeram com que perdesse na concorrência com o gramofone. A comercialização de cilindros era menos viável que a de discos, que podiam ser colecionados mais facilmente. Os discos também podiam ser produzidos em massa com maior facilidade que cilindros, pois a gravação em discos era lateral, permitindo facilmente a produção de matrizes, enquanto a gravação no cilindro era vertical.

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Sites de venda, como o Mercado Livre, tem anunciados fonógrafos por cerca de R$ 5.000.





Passado Achado x Coisas Esquecidas

16 10 2009

Foi nos dado o desafio de encontrar um blog com características semelhantes ao nosso Coisas Esquecidas. O que mais chamou nossa atenção foi o Passado Achado. Criado recentemente (em abril de 2009) o blog  relembra assuntos gerais.  Trata desde coisas antigas, como as garrafas do guaraná Brahma, até outras mais recentes, como vídeos que correram pela internet.

Passado Achado - Guaraná Brahma

A linguagem do Passado Achado é bem direta,  colocando o assunto e  a época que está sendo relembrada já no título do post. Os temas tratados no blog são aleatórios, podem ser objetos, pessoas ou histórias. Os posts podem trazer texto com informações sobre o assunto, ou apenas relembrá-lo, como no caso dos vídeos que são postados apenas para matar a saudade dos internautas.

A diferença do Passado Achado para o Coisas Esquecidas é que este trata de objetos em primeiro plano e as histórias e  pessoas são abordados como parte do contexto dos objetos. No Passado Achado foi melhor desenvolvido a interação com o público, através de mural de recados, além do espaço para comentários.

Outra grande diferença é que o Coisas Esquecidas produz os vídeos e fotos que publica indo atrás de materiais e fontes que conheceram ou utilizaram estes objetos. Já o Passado Achado utiliza material encontrado na internet. Segundo a classificação de  Alex Primo é este blog é  pessoal informativo, pois o seu propósito é abordar temas de interesse do autor. Ele colhe informações, vídeos e fotos que acha interessante e posta.

Já o nosso blog se enquadra na categoria grupal informativo, pois escolhemos um objeto e apresentamos, decrevendo como funciona e qual sua história, sem intenção de fazer uma análise crítica.





Mimeógrafo em ação

16 10 2009

Quem utilizou muito este aparelho movido a álcool foi a professora Luiza Athanasio, de 62 anos, aposentada desde 1994. Luiza conta que sempre utilizou o mimeógrafo nos seus 25 anos de trabalho como professora, pois o Xerox e o computador ainda não eram utensílios comuns nas escolas. Ela lembra de que quando entregava as folhas mimeografadas aos alunos, a primeira coisa que eles faziam era sentir o cheiro delas de álcool.

Confira o resultado da nossa duplicação:

folha mimeografada





A história da máquina de duplicar

16 10 2009

Foi inventada por Thomas Edison, seu protótipo foi patenteado em oito de agosto de 1887. O nome “mimeógrafo” foi utilizado pela primeira vez no mesmo ano, por Albert Blake Dick, que tinha permissão de Edison para fabricar a máquina.

O mimeógrafo simplificou muito o processo de impressão, ainda que produzisse pequenas tiragens e com pouca qualidade, a reprodução feita com o mimeógrafo era muito mais fácil do que das máquinas de tipografia.


maquina

Podemos conferir no vídeo que seu manuseio é bem fácil.  A impressão do mimeógrafo também era muito mais barata. Em 1959 a copiadora Xerox foi lançada, escaneava o documento e produzia uma cópia de boa qualidade, porém seu custo era alto, então a substituição dos mimeógrafos foi lenta e gradativa.

Alguns probleminhas que ocorriam ao produzir uma cópia com mimeógrafo: como a máquina era muito utilizada em escolas, não raramente professores poderiam aparecer com mãos ou roupas manchados do carbono, depois de produzir as cópias para seus alunos. As folhas do carbono gastavam e por isso as últimas cópias poderiam ficar ilegíveis. E atenção na revisão da matriz! Antes de rodar era muito importante corrigir todos os erros, se não eles teriam que ser corrigidos a caneta, cópia por cópia! Ufa… Quanta mão!

A professora Luiza nos mostra como se fazia a matriz.

Curiosidade:
Devido à simplicidade do processo e ao baixo custo, na década de 60 poetas “alternativos” (como Chacal, Bernardo Vilhena, Francisco Alvin) passaram reproduzir sua obra utilizando o mimeógrafo. Seus livros de poemas tinham poucas cópias, e eram vendidos entre conhecidos, de mão em mão. A obra destes poetas ficou conhecida como poesia de mimeógrafo”, ou “poesia marginal” e procurava atuar no meio cultural, mas de forma independente e fora do padrão industrial.





Apresentação

25 09 2009

Lembra do tempo da vovó, do jardim da infância? Aquela bacia de alumínio. O pó de arroz. O carteiro entregando telegrama. O mimeógrafo. Tudo isso são coisas esquecidas que algumas pessoas nem conhecem e que outras ainda usam.

Então, a nossa proposta aqui é tratar por onde andam, com quem andam e se ainda funcionam essas “coisas esquecidas”.